sábado, 23 de agosto de 2008

Textos CLássicos do Verde (04): Parte 2

Uma quase equipe de F1: Ekström
Por Leandro Verde


Cecília até tentou inscrever o marido George Paulin para a primeira etapa da F3000 em 1986, em Silverstone, mas os carros encomendados nem chegaram a tempo, mas Cecília nem ligou. O plano principal era inscrever DOIS carros para a temporada de 1986, a partir do GP de San Marino.A equipe começou a se estruturar. Inicialmente, os engenheiros Wiet Huedekoper e Tim Feast foram contratados para desenvolver o chassi Ekström GP86-01, de fibra de carbono. Mas os dois deixaram a equipe e no lugar entrou Christian Vanderpleyn, que viria a ser engenheiro na AGS e na Coloni. O chefe de equipe seria Paul Cherry. No total, 14 pessoas trabalhando. Nada mal para uma equipe que pedia mecânicos emprestados na F3000.A equipe planejava gastar 3,5 milhões de dólares para a temporada. O único motor que se encaixaria no orçamento era o Motori Moderni turbo V6. Os pneus seriam Pirelli.

Quanto aos pilotos, Cecilia Ekström queria que um deles fosse sueco. Isso poderia despertar o interesse de empresas suecas. A equipe, inicialmente, foi atrás de Eje Elgh, piloto de F2 no Japão. Cecilia pediu 500.000 dólares, cifras altas demais para Elgh, que recusou. Então, Cecilia buscou outros pilotos que fossem bons e que pudessem levar dinheiro. Roberto Moreno e Kenny Acheson foram cogitados. No final, Mauro Baldi foi o escolhido. O problema é que Baldi entraria na equipe com os 300.000 dólares com uma condição: que ele visse o carro pronto.

Cecilia buscou por patrocínios femininos. Afinal, ela era a primeira chefe de equipe da história. Ela conversou com a Fleur de Santé, de cosméticos, e a grife Hennes&Mauritz. A equipe quase chegou a um acordo com o banco suíço Schweizerischer Bankverein. No entanto, o banco não considerou a equipe séria o suficiente e abandonou a equipe subitamente. Então, a equipe foi procurar a BAT (sim, a dona da BAR). Conversaram bastante, mas a BAT recusou, pois havia acabado de sair de uma experiência ruim na F1, o patrocínio para a RAM, que havia falido um ano antes.

Sem patrocínios, a equipe demitiu TODO MUNDO e adiou os planos para uma outra temporada. Até aí, tudo bem.

O problema é que a equipe conseguiu se afundar em dívidas com todo mundo, mesmo não entrando na pista. Cecilia tinha dívidas com todos os funcionários! Alguns deles haviam recebido apenas 300 dólares por 5 meses, o tempo total que o projeto durou. Até a linha telefônica foi cortada...

Cecilia passou boa parte de 1986 nos paddocks da F1 buscando reerguer seu projeto. Aí, a Beatrice anunciou que não patrocinaria mais a equipe Lola Haas para 1987. Isso significava o fim das operações da equpipe Haas.Assim, Carl Haas negociou com Cecilia Ekstrom a compra do espólio da equipe. No entanto, Cecilia Ekström não tinha os 525.000 dólares para comprar os equipamentos...

Mas ela era persistente! Na pré-temporada de 1987, ela anunciou que a equipe Ekström teria um carro pilotado por Mauro Baldi e projetado por Dave Kelly. Mais uma vez, a equipe não saiu das idéias malucas de Cecilia Ekstrom...

Depois disso, Cecilia Ekstrom gerenciou uma equipe no mundial de Protótipos, cujo piloto era o marido George Paulin. George foi piloto até pouco tempo atrás. Cecilia sumiu no ocaso do automobilismo.

Falta de dinheiro, planejamento e até mesmo credibilidade. Essa era a Ekström, que quase integrou o sofisticado, competitivo, profissional e exigente mundo da Fórmula 1 nos anos 80.

XXX

Cecília Ekstrom pensa em fazer uma equipe de F1. Ela precisa de um piloto para chamar atenção e em outro "para dirigir de verdade". Em quem ela pensa?
É incrível como, de alguma maneira, Roberto Moreno sempre está ligado as equipes mais "folclóricas".

XX

Acredido que Moreno era uma opção barata, as vezes de graça, para as equipes mais pobres contarem com um piloto de ponta.

X

Agredeço ao Rianov Albinov, "gente finov" pela foto da maquete do que seria o carro de F1 da Eskstrom. Acho que até esse post, só o Rianov e a Cecília Ekstrom tinham essa foto.
Agora eu e você também temos, ehehehe.



Fernando Ringel

Nenhum comentário: