quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Textos Clássicos do Verde (04): Parte 1

Uma quase equipe de F1: Ekström
Por Leandro Verde


Existem algumas equipes que surgem na F1 sem a mínima possibilidade de fazer nada. Casos conhecidíssimos, como os da Eurobrun, da Coloni, da Andrea Moda e da Life. Equipes paupérrimas, sem recursos para conseguir sequer largar e que duraram pouco. Mas vejam só: a Eurobrun era uma equipe muito bem sucedida do Mundial de Protótipos. A Coloni disputou com sucesso a F3 Italiana e com relativo sucesso a F3000. A Andrea Moda era a Coloni. E a Life era a First, uma das melhores equipes da F3000. Equipes com certo gabarito, portanto. Mas quase que a F1 vê algo pior, muito pior, em 1986: a Ekström.

A história da Ekström começou nos anos 70. Cecilia Ekström, uma sueca radicada na Suíça, trabalhava na cooptação de patrocinadores para várias equipes, como Lotus, Brabham e March. Nesse período, ela foi aprendendo a lidar com a parte comercial de uma equipe de F1. Ao mesmo tempo, ela gerenciava a carreira do seu marido, o suíço George Paulin, na F3.Em 1984, Cecilia se interessou em abrir uma equipe no novíssimo campeonato de F3000. A Ekström Racing, inicialmente, usaria um Tyrrell 1983, mas os testes foram ruins e a equipe preferiu usar um March 85B, carro especialmente feito para a F3000. O piloto contratado foi o americano Eric Lang, que levava muito dinheiro.A primeira corrida da Ekström na F3000 foi em Thruxton, 2ª etapa. Lang andou o tempo todo no final do grid e terminou em 11º. Desempenho bem negativo, o que levou Cecilia Ekström a procurar outro piloto. Havia um belga disponível no grid, Thierry Tassin, que levava o patrocínio dos shampoos Debic. Assim, Lang foi simplesmente expulso da equipe e Tassin foi contratado para a prova de Estoril. No entanto, Tassin quebrou uma asa dianteira nos treinos e a equipe se retirou da prova.

Um inconformado Eric Lang levou a Ekström para os tribunais. Afinal, ele tinha colocado muito dinheiro na equipe; logo, o carro era seu. O caso legal foi prolongado e Lang ganhou na justiça o direito de correr. No entanto, a equipe só conseguiu um outro carro em Setembro, e só daria pra disputar a última etapa, em Donington. A situação era melancólica: a equipe era a Ekström, mas era Eric Lang quem estava comandando tudo. Os poucos mecânicos eram emprestados de outras equipes. Cecília Ekström nem apareceu na Inglaterra.

Na verdade, os planos dela eram outros para 1986. Mais precisamente, a Fórmula 1.

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Ekstrom... enquanto montava esse post tentei achar fotos da equipe, de seus pilotos, qualquer coisas, mas só encontrei o recorte de jornal (no alto do post).
Realmente, como disse o Verde, "Uma quase equipe de F1:", eu só acrescentaria um sub-título: "Uma história cheia de quase-fatos e sem nenhuma foto".
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Fernando Ringel

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