... mas essa edição parece ter sido de arrepiar! Foi uma disputa acirrada durante todas as 24 horas, com muita pilotagem no limite, contrariando a fama da prova. Os Peugeot 908 mostraram-se mais velozes durante todo os treinos conseguindo a pole-position. Mas na corrida enfrentaram vários contratempos mecânicos. A lenda Tom Kristensen aproveitou isso para voar baixo na madrugada fazendo tempos de gelar o sangue em meio a uma chuva e recuperando a liderança.
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Mas a Peugeot não se rendeu fácil. Já na manhã de domingo, mudou a estratégia e arriscaram pneus sliks na pista ainda secando. Agora foi a vez da Peugeot voar na pista e descontar a diferença, com o carro do trio Villeneuve/Gene/Minassian. Mas não deu tempo. Acabaram ganhando o trio de estrelas das provas de endurançe, Rinaldo Capello (velho conhecido da Audi), Alan Mcnish (lembram dele na Toyota na F1 e os que só assistem à categoria principal diziam ser “muito ruim”?), e Tom Kristensen (o Jackie Ickx moderno).
Mais uma vitória da eficiência alemã da Audi que já se tornou um ícone da prova, como a Porsche e a Ford com o mitológico GT40 nos anos 60. Mas provavelmente essa foi a vitória mais significativa, pois pela primeira vez os alemães enfrentaram um adversário tão competente quanto. Arrisco dizer que se continuar nesse ritmo, ninguém segura o leãozinho francês ano que vem.
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Surpresa também na LMP2 o Porsche RS Spyder da equipe holandesa Van Merksteijn com o saudoso Jos Verstappen levou a vitória. Os fãs do holandês veloz e trapalhão na F1 devem estar em êxtase.
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Para o Brasil, outro esquecido da mídia daqui, Ricardo Zonta fez bonito e chegou em 3º com o Peugeot 908. Não pesquisei, mas deve ser a melhor colocação de um piloto tupiniquim na classe principal da prova desde Raul Boesel com um 2º em 1991, longínquos 17 anos atrás. Estaria uma vitória na classe principal mais perto do que imaginamos? Na GT2, Jaime Mello jr venceu de Ferrari junto com Gianmaria Bruni e Mika Salo (só tem gente legal nessa prova...).
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Os repórteres sem medo já perguntaram para Ron Dennis sobre a prova. Provavelmente devem ter dito: “Puxa, Lê Mans esse ano foi sensacional, como é que a Mercedes está de fora desse espetáculo?”
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Ron, do alto do seu salto (maior do que as botas do grupo de rock Kiss) soltou: “Não há como comparar as 24 Horas de Le Mans com a Fórmula 1. Aquilo não é uma corrida, já que o importante é sobreviver. Os pilotos não correm durante as 24 horas, eles competem e isso requere uma estratégia diferente. É o contrário da F-1. Aqui, raramente um piloto diminui o ritmo”, disparou o dirigente.
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Claro Ron. A gente perdoa os vexames de 1998 e 1999, quando os Mercedes CLR nem chegaram ao entardecer. Mais ainda na edição de 99, quando o Mercedão tinha uma encômoda tendência a sair do asfalto e rumar em direção às estrelas.
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Vale a pena ver de novo:
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Mas para encerrar, vejam esse vídeo surrupiado do Blig do inoxidável Flavio Gomes: Le Mans à noite em 2007 pelas câmeras do Audi R10 e Peugeot 908. O verdadeiro espírito estradeiro do automobilismo está aqui.
Lucas Peterson
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