domingo, 16 de março de 2008

Notas - GP da Austrália

LEWIS HAMILTON (10) - Vai dizer o quê? Domínio total, desde o segundo treino de sexta. Pouco apareceu na transmissão da corrida, tamanho era o domínio com relação aos outros. Um bom jeito de fazer esquecer o lamentável fim de 2007.

NICK HEIDFELD (8) - Continua o mesmo: discreto, oportunista e extremamente eficiente. Poderia ter ido melhor nos treinos, mas o fato de ter evitado as confusões que assolaram a maioria dos pilotos faz seu conceito subir.

NICO ROSBERG (9) - Vem evoluindo a cada dia, assim como seu carro. Claro que ver seus adversários caindo como moscas-mortas ajudou bastante, mas ser rápido e evitar bobagens resultou em um belo pódio. Por fim, protagonizou a cena do fim de semana, ao abraçar Hamilton no parque fechado.

FERNANDO ALONSO (8) - O Renault não é realmente o carro dos sonhos, mas mesmo assim Alonso conseguiu um bom quarto lugar. Não sem largar no meio do pelotão, brigar com todo mundo, ganhar posições nos abandonos e ainda protagonizar um belo duelo com Kovalainen. Na pista, o piloto ainda faz a diferença.

HEIKKI KOVALAINEN (6) - Estréia morna na McLaren, com um desempenho correto nos treinos e uma corrida igualmente correta e até combativa ao brigar com Alonso e Raikkonen, mas prejudicada pelo último safety car. No fim, ainda errou e permitiu a passagem de Alonso. O 5º lugar, no fim das contas, foi um resultado justo.

KAZUKI NAKAJIMA (3) - Só chegou em 6º por causa dos abandonos. Não foi tão mal, mas esteve longe de impressionar. Se envolveu nas confusões da largada e, posteriormente, viria a tirar Kubica da corrida. Pela estupidez, perde 10 posições no grid da Malásia. Ainda se comporta como um piloto da GP2.

SÉBASTIEN BOURDAIS (7) - É um piloto esperto e que tende a errar pouco. Mas ainda precisa ser um pouco mais agressivo, especialmente nos treinos. Mais um que foi prudente o suficiente para ser beneficiado pelo alto número de abandonos. No fim das contas, a quebra do motor quando estava em 4º foi uma tremenda crueldade.

KIMI RAIKKONEN (3) - Fim de semana atípico, que começou com a liderança no primeiro treino livre e que terminou com um abandono estúpido no final da corrida. Problemas na bomba de combustível na classificação, largada fulminante, briga com Barrichello e Kovalainen e erros marcaram sua participação. Marcar pontos, no fim das contas, foi bom.

ROBERT KUBICA (7) - Não fosse aquela saída de pista, teria sido o pole com facilidade. Apesar disso, sua estratégia de fazer uma parada a mais do que os outros rapidamente o colocou em desvantagem. E a sorte também não é sua melhor amiga. Ser atingido por Nakajima terminou um fim de semana que prometia muito. Sua nota alta ficou no Sábado.

TIMO GLOCK (5) - Foi muito bem nos treinos, mas mostrou-se um tanto quanto ansioso. Foi o responsável pelo último safety car, ao errar uma curva, bater o fundo do carro em uma elevação na grama e sair voando, arrebentando o carro e rodando pela pista. Teve é sorte de não se machucar.

TAKUMA SATO (6) - Ganhou 9 posições na largada e podia ter feito pontos mesmo sem os abandonos posteriores. Mas o carro, que não é rápido e nem confiável, quebrou após o primeiro pit-stop. Mélbourne pode ter sido sua melhor chance da temporada.

NELSINHO PIQUET (1) - Estréia, no mínimo, intrigante. Verdade que sair faltando 2 minutos para acabar o Q1 da classificação explica, em parte, o 21º lugar no grid. Mas e o desempenho deplorável nos outros treinos? E sua corrida ridícula, até o abandono? A única certeza é que seu carro não é algo louvável. Mas algo no piloto precisará ser mudado, já para a Malásia.

FELIPE MASSA (2) - Que Mélbourne não é sua pista, todos já sabem. Agora, como explicar o erro bisonho na primeira curva? Sobrará para a falta do controle de tração? Depois disso, ele até vinha em uma corrida de recuperação, mas aí bateu com Coulthard, em um lance controverso. Deixou a prova, momentos depois, com o motor quebrado. Não é com um fim de semana desses que se briga pelo título.

DAVID COULTHARD (3) - Dessa vez, ele andou bem nos treinos. E ele até vinha fazendo uma corrida bastante razoável até sofrer o acidente com Felipe Massa e trazer o safety car pela segunda vez. Como de praxe, saiu falando o que lhe veio à cabeça, crucificando o brasileiro.

JARNO TRULLI (5) - Nos treinos, o velho Trulli de sempre: foi muito bem em todos e conseguiu até superar a Williams na classificação. Na corrida, o velho Trulli de sempre: problemas no carro e zero pontos. Pelo menos, um avanço: ele está otimista, o que não é típico do azarado italiano.

ADRIAN SUTIL (1) - Um punhado de erros e rodadas durante todo o fim de semana. Na corrida, deu 20 voltas e até chegou a subir para 13º, mas saiu com problemas hidráulicos. De certa forma, decepcionou.

MARK WEBBER (1) - Só decepções: treinos não tão bons, uma rodada na classificação e envolvimento na confusão da primeira volta. A torcida local já ficava sem piloto a partir da segunda volta.

JENSON BUTTON (2) - O carro é um avanço com relação ao deprimente RA107, mas o inglês, que foi superado por Barrichello na classificação, bateu no começo e não pôde fazer nada.

ANTHONY DAVIDSON (0) - Coitado. Último em quase todos os treinos, se envolveu na carambola da largada e saiu logo na primeira volta. Nem ganhar experiência com o carro conseguiu.

SEBASTIAN VETTEL (6) - A considerar pelo seu excelente desempenho nos treinos, dava pra esperar um grande resultado dele na corrida, mesmo sem os abandonos. Mas largou mal e bateu com Fisichella na largada. Já vai para a Malásia atrás de Bourdais no campeonato.

GIANCARLO FISICHELLA (3) - Teve um ótimo desempenho nos treinos, mas vê-lo brigar para não ficar logo no Q1 é melancólico. Sua corrida acabou na primeira curva, ao ser atingido por Vettel.

RUBENS BARRICHELLO (8) - Fez sua melhor atuação dos últimos anos. Superou Button na classificação, segurou Kimi Raikkonen por 18 voltas e vinha fazendo uma estratégia boa o suficiente para colocá-lo em 3º. Mas mais uma vez, foi traído pela sorte e pela falta de calma. Derrubou alguns mecânicos na sua segunda parada e saiu dos pits com luz vermelha, o que resultou em desclassificação. Uma pá de cal em cima do que vinha sendo um belíssimo fim de semana até então.

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FERRARI (*) - Fim de semana com muitos problemas nos carros e erros estúpidos, tanto da equipe quanto dos dois pilotos. No fim das contas, marcar apenas 1 ponto foi até demais para uma equipe que não pareceu estar coesa e organizada. Pelo menos, nada disso deverá se repetir nas próximas corridas.

BMW (****) - O carro não é genial, nem bonito, mas é o suficiente para colocar Heidfeld e Kubica lá entre os pontos. O polonês, mais uma vez, brilhou na classificação e teve azar na corrida, mas Heidfeld salvou o pódio da equipe. Discreta e eficiente, como sempre.

RENAULT (**) - Salva pelo quarto lugar de Alonso, que fez toda a diferença. O carro não é bom, é até meio ordinário, e a equipe deve sofrer até mais do que em 2007. Nelsinho esteve mal o tempo todo. O terceiro lugar parece longe.

WILLIAMS (****) - É um exemplo de equipe que não tem muitos fundos, mas que tem muita competência. Marcou pontos com seus dois pilotos, o promissor Rosberg e o ainda verde Nakajima e é a vice-líder entre os construtores. O semblante da equipe é outro, depois de um período sombrio.

RED BULL (**) - Prometia muito, pelos treinos de sexta. O sábado já não foi tão bom e o domingo acabou com os acidentes de Webber na primeira volta e de Coulthard com Massa no meio da corrida. Ainda assim, parece ter avançado com relação a 2007.

TOYOTA (***) - A equipe continua a mesma, mas dessa vez parece que conseguiram fazer um carro um pouco melhor, que permitiu aos dois pilotos ficarem entre os 10 melhores em alguns treinos. Porém, precisa ainda acertar o azar de Trulli e a ansiedade de Glock. Se não for o melhor ano, pelo menos não parece que será o pior.

TORO ROSSO (***) - O carro não é tão ruim e sua dupla de pilotos é explosiva. Vettel voou nos treinos e poderia ter feito uma boa corrida. Bourdais acabou subindo de posições e ia terminar em 4º quando o motor falhou. É uma equipe do pelotão do meio.

HONDA (***) - Apesar da pré-temporada risível, o carro se comportou muito bem em Mélbourne. Os pontos não vieram, mas o ânimo da equipe é outro. No entanto, a equipe ainda precisa parar de cometer alguns erros, como o da parada de Barrichello, e precisa evitar outros, como a saída dos boxes do brasileiro em luz vermelha. Mas a evolução é visível.

SUPER AGURI (*) - O carro, baseado no problemático RA107, é ruim. E é visível que a equipe só se organizou faltando dias para a corrida. Assim, não dava mesmo pra esperar muita coisa de Sato e Davidson. O negócio, agora, é trabalhar para recuperar o tempo perdido e tentar fazer o carro evoluir.

FORCE INDIA (*) - A equipe é ambiciosa, mas começou mal em Mélbourne, mostrando ter um carro instável e pouco confiável. Após 20 voltas, seus dois pilotos já estavam fora da corrida.

MCLAREN (****) - No fim das contas, é a equipe que tem de sair mais feliz da Austrália. Seu carro rendeu, durante todo o fim de semana, melhor que o da Ferrari e a vitória de Hamilton só corroborou isso. Poderia ter feito dobradinha com Kovalainen em segundo, mas o finlandês acabou prejudicado nas paradas.

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DESTAQUE POSITIVO: A corrida, em si. Se as pessoas reclamam de corridas monótonas e previsíveis, o GP da Austrália foi um alento para elas. Erros, batidas, rodadas, polêmicas e uma certa loteria animaram a madrugada.

DESTAQUE NEGATIVO: Vários. A geração precária das imagens, a transmissão um tanto quanto desorganizada da Globo, a Ferrari como um todo, o erro misturado de azar de Barrichello nos boxes e, por fim, a disputa imbecil entre Bernie Ecclestone (que quer de todo jeito uma corrida noturna) e os organizadores da corrida (que aceitam, no máximo, uma corrida à tarde).

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