segunda-feira, 23 de agosto de 2010

AEVOLUÇÃO DA ESPÉCIE: 3 "quase" Estrelas

__Eddie Cheever dispensa comentários. Apesar de não ser muito popular, até mesmo os menos aprofundados no automobislimo já ouviram falar nele ou de seu belo capacete.

Completamente diferente é o caso do "piloto do meio", o português João Barbosa, basicamente o típico "famoso quem?". Vencedor da ultima edição das 24 Horas de Daytona, Barbosa não tem um mísero blog. O máximo que achei foi seu perfil no Facebook, de onde alías não encontrei nenhuma foto do seu capacete (não estou nem falando da escasses de informações sobre sua carreira)

A imagem acima é exatamente a que peguei no Google. Mesmo pequena já estava pixelizada, e (pasmém) a baixa qualidade da foto não se deve ao fato de eu estar procurando um close do capacete: a foto acima é basicamente uma das únicas que encontrei sobre João Barbosa.

Com um nome mais do que comum (o que dificulta nas pesquisas no Google), em época de cinema 3D, falta obviamente um acessor de imprensa para um piloto com uma vitória nas 24 Horas de Daytona no currículo. Basicamente (além de pouquíssima coisa no Wikipedia), as informações que consegui sobre sua carreira foram descritas pela imprensa portuguesa nas matérias sobre a vitória do português na mítica prova americana.É mole?

Por último, José Guillermo, provavelmente o mais injustiçado piloto americanos dos anos 90. José Guillermo, piloto americano? Se eu disser Memo Gidley fica menos estranho? A maioria das pessoas só o conhecem em função do video hit do Youtube, quando Gidley deu uma "carimbada" tão forte em Elkhart Lake, que o cockpit foi amassado. Memo só foi retirado do carro, com alguns ferimentos leves, após os bombeiros cerrarem o cockpit!

Correndo como tapa buraco (ou seja, sem grande abertura para opinar em nada) pela Target Chip Ganassi, extra oficialmente esse foi o fim da grande chance da versão americana do SuperSub Roberto Moreno. Muito exagerada a comparação? Olha só então...

Muito antes disso, como ninguém em sua família era milionário nem tinha grande ligação com o automobilismo, Memo começou como instrutor da famosa Jim Russell Racing School. Nas horas vagas trabalhava como mecânico para financiar sua carreira de piloto.

No início de 1999 conseguiu a sorte grande para um piloto com apenas alguns trocados no bolço: foi chamado as pressas para substituir temporariamente o jornalista/"piloto" Naoki Hattori. Como companheiro de Gil De Ferran na boa Walker Racing, Memo finalmente estreou, mas não fez nada de memorável. Como Hattori trazia ienes para o time, logo o japa voltou a dirigir o segundo carro da equipe.

Na pior da hipóteses, Gidley já tinha sentido o gostinho de correr na Indy. Muito para quem trabalha como mecânico para pagar as contas, não é?

A boa notícia veio pouco tempo depois: Memo foi convidado por Dale Coyne para correr pela Minardi da Indy (vulga Dale Coyne Racing) pelo resto da temporada! AHAHAHAHA! Estreou pelo time em Portland com um abandono. Porém já na segunda, em Cleveland chegou em décimo primeiro! Os primeiros pontos para o piloto com nome de gelatina (rsrsrs).

No decorrer de 99, Memo ainda conseguiu mais dois décimos segundos lugares, totalizando 4 pontos. Bom para quem praticamente estreou no segundo carro da (muito pobre e limpinha) Dale Coyne, não é?

Para 2000, John Della Penna, o "pai" de Jimmy Vasser e Richie Hearn (outro bom piloto sub-aproveitado) contratou Gidley. O problema é que o time corria algumas provas com apenas um carro. Sendo assim, nessas, Memo assistia a corrida dos boxes.

A estréia pelo time mexicano aconteceu em Long Beach, segunda corrida do ano. RESULTADO:
abandono. Em seu segundo GP pelo time, advinhem? O cara chegou em oitavo em Jacarepaguá!
Gidley embarcou com a equipe para o próximo GP, em Motegi, mas o americano não completou a corrida.

Aí, Memo passou longos seis GPs longe da Indy. Já na segunda parte da temporada, o americano voltou para acelerar o segundo carro da modesta Della Penna no velocíssimo oval de Michigan. Advinhem? Chegou em décimo.

Animados com Gidley, a equipe mexicana resolveu bancá-lo até o final da temporada. Advinha o que aconteceu? Nas "pistas para pilotos de verdade", Memo garantiu mais um pontinho com um décimo segundo em Mid-Ohio e... levou a modesta Della Penna a um excepcional sexto lugar em Elkhart Lake!

O cara é digno de ser comparado ao SuperSub Roberto Moreno ou não? Porém, daí para frente uma série de abandonos apagou um pouco do brilho da temporada do americano.

Isso somado ao fato fundamental de não ter um grande patrocinador ou um pai milionário para bancar sua carreira, até segunda ordem, Memo estava fora da temporada 2001.

Para a sorte do americano, desde 2000 Chip Ganassi vinha estreitando seus laços com a IRL. Após o massacre do time na Indy 500 do ano anterior, o "Tio Chip" começou a crescer os olhos para a então vira lata Indy Racing League. Em função disso apenas Jimmy Vasser tinha contrato para o ano todo. Se dividindo entre IRL e CART, correram pelo time: Tony Stewart, Vasser, Nicolas Minassian, Bruno Junqueira e no fim da fila... Memo Gidley!

Digamos que dos três, aconteceu foi um empate técnico entre Memo e Junqueira, com Minassian (dando uma de Magnussen) um pouco atrás. O brasileiro estrou bem, fazendo até pole naquela ano, mas Gidley (convenhamos, mais experiente) era mais regular.

Em Cleveland, sua segunda corrida pela Ganassi, Memo chegou em segundo! Ele ainda chegou em quinto (Chicago), décimo primeiro (Mid-Ohio), décimo (Vancouver), terceiro (Houston), segundo (Laguna Seca) e décimo em Surfers Paradise. Nada mal chegou como o patinho feio, revezando seu carro com outros dois pilotos com bons currículos na Europa, não é?

Após algumas corridas na IRL a partir de 2002, Gidley foi chamado pela Rocket Motorsports para as duas corridas canadenses da temporada 2004 da Champ Car.

Em Toronto, nota-se que ele não é bom em estréias, abandonou. Em Vancouver, (ahahahaha) marcou dois pontos com um décimo primeiro lugar, que foi sua (até agora) despedida da Indy.

Desde 2005 Memo corre na Grand-AM Rolex Sports Car Series (onde se não me engano, atualmente está Max Papis). Meu amigo Fernando De Gennaro me disse certa vez que as corridas são ótimas! (com ponto de exclamação e tudo, rsrsr).

Depois de lançar um encontro anual com direito a corrida de kart, bem parecido com o Desafio das Estrelas do Massa, e lançar um livro misturando dicas de direção para motoristas e pilotos com relatos de sua carreira no automobilismo, Memo diz que ainda não encerrou sua carreira nos monopostos.

Na Indy, sem nunca ter competido em uma temporada completa, marcou pontos em pistas completamente diferentes como Michigan, Elkhart Lake, Toronto, Jacarepaguá, Laguna Seca e Cleveland. (pilotando carros completamente diferentes)

Piloto versátil a lá Al Unser Jr, fica aí a minha esperança de que, com a revitalização da Indy e a falta de bons pilotos americanos, alguém se lembre novamente do Gidley. Se a VEL MAX Racing competisse na Indy, com certeza Memo teria novamente um lugar na categoria.

OBS: lembro de pegar um anuário sobre a temporada 1999 da Indy e achar graça do nome dele (eu não tinha a menor idéia da pronúncia correta). Fiquei curioso com o fato dele ser instrutor de pilotagem, mas principalmente o que mais me chamou atenção foi mesmo o nome dele, Memo. Me pareceu coisa de desenho animado, gelatina em pó, sei lá, kkk. Quem sabe no VEL MAX Pictures, posso até fazer um curta sobre o Gidley. O nome do video seria "PROCURANDO MEMO", ahuahuahua.

OBS2: posso estar ficando doido, mas... já vi o Gidley correndo com uma estrela idêntica a essa do logo ao lado, exatamente onde na foto acima está um círculo.

OBS3: o nome de batismo do cara é José Guillermo Gidley. Filho de canadenses e alemães, Memo nasceu em la Paz, no México, (tem cidadania americana e mexicana). Atualmente com 36 anos, basicamente o cara é o Google Maps em pessoa.


Um abraço,
Fernando Ringel
feringel@yahoo.com.br
@FernandoRingel ("Sigam-me os bons", kkk)

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