terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Barrichello, Um Brasileiro com Sangue nas Veias (P1)

Há algum tempo, li um comentário sobre as declarações do Barrichello sobre a sua passagem na Ferrari e o suposto diálogo entre ele e a equipe durante o GP da Áustria de 2002.
Nesse comentário, não me lembro o nome do autor, Rubinho foi definido como um bom piloto, excelente acertador, porém fraco psicologicamente. Concordo totalmente, principalmente após assistir a entrevista que foi ao ar no Fantástico há algumas semanas. Rubens não disse nenhuma mentira, mas será que ele não leu o contrato dele antes de assinar com a Ferrari? Estava na cara que ele faria, para auxiliar o Schumacher, o mesmo papel que o Berger fez na Mclaren com o Senna... e fez muito bem. Os carros da Ferrari melhoraram muito durante a passagem do brasileiro pela equipe.

Tendo dito isso, quero esclarecer que esse não é mais um ataque gratuito ao “Barrica”. “Estudo” o automobilismo, em especial a F1, há muitos anos e analisando a carreira do Barrichello e de outros bons pilotos, pensei na gente que só assiste as corridas, e vá lá, tem um blog. Essas gafes públicas não são privilégio de alguns pilotos "fracos mentalmente". É bem provável que eu, e a maioria de vocês que acessa o VEL MAX, também não teríamos força suficiente para suportar as pressões e politicagens dos bastidores das equipes, especialmente para suportar a pressão de ser piloto de uma equipe de ponta na F1.
Acredito que para saber se você teria condições de agüentar a guerra de nervos do dia de uma equipe de F1, pense como se você fosse um político. Você suportaria o ritmo frenético e neurótico de uma campanha política? Você teria estômago para conviver com os outros políticos? (estou supondo que você seria eleito e ao menos tentaria ser honesto, hein...)

Sinceramente, não tenho estômago nem para a propaganda eleitoral gratuita. Por isso acredito que a pressão que o piloto é alvo não é grande demais apenas para o Barrichello e para 90% dos pilotos que já passaram pela categoria. Acredito que uma pequena porcentagem da população mundial tem capacidade, ou sangue de barata, para passar tantos anos apanhando da imprensa como Damon Hill e Nigel Mansell antes de finalmente conquistar um título.
Para exemplificar, gente do meio, com o automobilismo no sangue e muito talento como Michael Andretti, não agüentou a barra e foi embora.

Agora pense que um de nós, que tem sangue correndo nas veias, realmente tem talento e incrivelmente chega a F1. Sabe quem a gente seria? Pode esquecer, a gente não seria parecido com o Schumacher, Senna ou Prost. Nós que não somos filhos de milionários seriamos muito mais parecidos com o Barrichello. Sabe por quê? Porque o Barrichello parece ser uma das poucas pessoas que, na F1 computadorizada de hoje em dia, tem sangue correndo nas veias e por isso não o culpo por falar umas bobagens e cometer alguns erros de vez em quando. Aqui no trabalho, às vezes, eu também piso na bola...
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Nos próximos dias posto a continação...
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Fernando Ringel

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