quarta-feira, 2 de junho de 2010

INDY 500: notas sobre o GP

Wellington Lucas - Uma corrida para entrar na história do IMS (Indianapolis Motor Speedway)

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Fernando Ringel + Como você disse, tentei torcer para o Franchitti para ver se ele quebrava, mas que nada, o cara é um rabudo.

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WL - Dario fez uma ótima largada, deixando a liderança apenas no fim da prova, nas paradas de box.

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FR + E o Kanaan, hein? Quase repetiu o milagre do André Ribeiro em Michigan (1996): saiu em último para vencer (em um carro mais ou menos).

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WL - O Kanaan fez uma excelente prova de recuperação, não fosse o Spash and Go... poderia ter feito história. Um ótimo premio pela quase não classificação .

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FR + É só olhar o desempenho do pessoal da Andretti Autosport. Tony fez milagre. Na boa, esse negocio de ter 3 carros e ganhar título é só para Roger Penske. A equipe já vem meio capenga pelo campeonato e ainda vão colocar um quarto carro na Indy 500? Assim tu força a amizade Seu Michael Andretti...

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WL - Castroneves fez uma ótima corrida, uma pena o motor não ter ajudado no final da prova. Mais um que poderia ter ganho, não fosse o Splash and Go.

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FR + Por essas e outras não dou a mínima atenção para quem faz a pole em ovais. As corridas tem no mínimo 200 voltas e quase sempre umas 10 bandeiras amarelas. O piloto não tem como evitar uma ultrapassagem (como acontece nos circuitos mistos).

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Pole em oval é só para tirar foto e aparecer nos jornais. Na Indy 500 ainda se justifica pois Indy 500 é Indy 500, mas nas outras... se eu fosse chefe de equipe mandaria meus pilotos aliviar nos treinos, evitando acidentes, visando o acerto para a corrida. Nada atrasa mais a evolução no acerto quanto um acidente (além de desperdiçar alguns milhares de dólares).

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No caso da Indy, em uma equipe minha (um time pequeno), só aí diria para os meus pilotos dar o sangue nos treinos. Isso traz publicidade (mídia > patrocinador > $$$) além do quê, o pole sempre ganha algo em torno de 100 mil dólares como prêmio.

Como falta de dinheiro não é o caso da Penske, apenas por satisfação pessoal é que se jsutifica todo o esforço da equipe para colocar seus 3 carros no Fast 9, se possível os três na primeira fila (coisa que quase aconteceu).

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WL – Uma pena, mas a Penske estava no seu melhor. Teve tudo e perdeu tudo. Power nos boxes (no começo da corrida), Briscoe com a porrada na curva 4 e o Helinho no Splash and Go.

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FR + Pra falar a verdade, Power fez uma parada nos boxes meio “ejaculação precoce”. Entrou (EPA!) nos pits (AH, BOM...), saiu antes da hora (OH, NO!!!) e quase levou o mecânico do reabastecimento de volta para a pista. Mais ou menos como aconteceu com o ótimo Raphael Matos.

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O brasileiro vinha impressionando na simpática equipe de Gil De Ferran, mas saiu antes do mecânico ter tempo para apertar a porca do pneu esquerdo traseiro e aí... já era. Por ser muito longa, a Indy 500 permite recuperações, mas aí a cabeça do Matos já estava “bolada”. Na ânsia por recuperar posiões, rodou e bateu sozinho pouco depois da relargada.

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WL- Falando sobre as equipes menores que fizeram bonito, menção honrosa para Bobby Rahal. De volta como chefe de equipe (a Rahal foi ressussitada só para a Indy 500), Bobby tinha chances reais de ganhar com seu filho Graham. Seria bonito ver os rostos de pai e filho no Borg Warner Trophy.

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Parabéns também para a FAZZT que (pelas circunstancias) fez uma ótima corrida com o Alex Tagliani.

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FR + Ta aí uma equipe com uma nome bizarro... que deu certo! A pronúncia de FAZZT é fast, veloz em inglês. KV, HVM, FAZZT, a Indy parece ser o paraíso de todas as siglas no automobilismo. PQP! (que tbm é uma sigla, mas que eu saiba, ainda não é nome de equipe da Indy, KKKKKK)

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WL - Ainda sobre a FAZZT, uma pena Bruno Junqueira ter abandonado no começo. Poderia ter ganhado uma prova muito emocionante.

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FR + Quanto ao Graham e o Bobby Rahal, esse negócio de pai e filho na Indy 500 as vezes dá azar. Michael Andretti tentou e quase conseguiu vencer várias vezes, mas só o rosto do papai Mario aparece no genial Borg Warner Trophy (para mim o mais imponente, criativo e belo troféu do automobilismo). Esse negocio de acrescentar o rosto dos vencedores é uma idéia sensacional. Primeiro por ser simples, segundo porque faz o troféu ficar cada vez maior, ou seja, mais imponente.

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FR+ Sobre o Bruno Junqueira, estava torcendo por ele e fiquei decepcionado com seu abandono pré maturo, claramente fruto da falta de testes com o carro no tráfego. Junqueira tem lugar no grid da Indy. Se eu tivesse uma equipe, já teria feito uma oferta para o brasileiro.

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WL - Os brasileiros tiveram momentos de tensão nessa Indy 500: Junqueira, Matos, Moraes e Meira abandonaram. Bia Figueiredo rodou no final para não bater em Conway e Hunter-Reay.

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FR + Estava distraído assistindo a corrida quando ouvi o Té José falando "vi torneira no meio do bolo". Olhei para aTV com "cara de velha surda" e aí entendi: "vi torneira no bolo" na verdade era Vitor Meira no tráfego, hauhauhauhauhuahuahuauauahuahuahuahuhauhau.

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WL - O discreto Mario Romancini apenas completou a corrida na pequena equipe do ex-piloto Eric Bachelart. Sobre Tony e Hélio nem preciso comentar.

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FR + Pode ter parecido apenas um susto, mas Bia demonstrou muito reflexo ao tirar seu Dallara Honda do caminho ao ver Conway voando de encontro ao alambrado. Mais reflexo ainda (além de sorte) teve Helio Castrneves. O brasileiro se salvoou milagrosamente de todas as peças voando, além do carro da Bia rodando bem na sua frente. Helinho levou seu Penske intacto até a bandeirada final em uma tremenda demonstração de ocntrole do carro. DO KARAI!

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WL – Por falar nele, Mike Conway resolveu brincar de Stan Fox e mudou ainda mais o resultado final da prova. Graças à segurança de hoje, ele está meio zuado (três meses fora das pistas), mas vivo. Se fosse o acidente tivesse acontecido até 1990, seria morte instantânea.

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FR + Pode crer, Stan Fox não conta porque ninguém sabe como ele sobreviveu, muito menos, sem perder nenhum membro. Coisa esquisitíssima. Teve também aquela paulada da Tom Sneva (+ ou - um Villeneuve

+ De Cesaris da Indy), na Indy 500 de 1975. Outro milagre, mas ali o americano pegou alambrado de traseira. No caso do Conway, o cockpit foi atingido de lado.

Kenny Brack deve ter ficado com inveja do inglês ficar apenas 3 meses fora das pistas. O Sueco ficou 18 e nunca mais voltou a ser o mesmo.

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Uma coisa garanto: Conway vai voltar bem mais bunda mole. Isso acontece com todo piloto que “quase morre nas pistas”. Tem gente inclusive, Nelson Piquet por exemplo, que aponta o acidente em Imola 94 como um dos possíveis motivos da falta de agressividade de Rubens Barrichello.

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Freud chama isso de Pulsão de Morte. O cara quase morreu, não quer passar por isso de novo então por mais que ele queira, o pé do acelerador não pisa mais tão fundo como antes do acidente. Faz parte do Instinto de Preservação, uma tática do seu corpo para aumentar as suas chances de continuar vivo... ou pelo menos evitar ao máximo a dor.

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WL – Sobre os que completaram a corrida, não fosse a bandeira amarela no final, Dan Wheldon poderia ter ganho a Indy 500 outra vez . O inglês tinha mais etanol que Franchitti e poderia facilmente ultrapassar o escocês na looooooonga reta oposta.

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FR + Se isso tivesse acontecido, troca de liderança na última volta, aí sim diria que essa foi uma tremenda prova. Tudo estava lá, a massa, o glacê, recheio, as velinhas (94 anos de idade, né?), os convidados, mas faltou a cereja do bolo... pelo menos para mim, achei um pouco monótona essa Indy 500. No mínimo, já vi melhores. A de 1993 é hour concour.

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No mais, Alex (Debi?) Loyd conseguiu um milagroso terceiro lugar! Ninguém sabe como, mas ele conseguiu!! Isso deve ajudar a (muito) pobre e limpinha Dale Coyne.

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WL - Para finalizar, quero que a TV Bandeirantes respeite o seu telespectador. Quando for um bilionário como o Bill Gates, vou montar minha própria emissora com padrão internacional e comprar os direitos da Indy e da SP Indy 300 (quem assina o contrato é a Band e não a prefeitura de São Paulo). Viva ao Terra que passou a corrida completa. Assisti lá quando a Band inventava de passar o futebol quando tinha bandeira amarela.

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FR + $$$$, meu caro. Tudo é uma questão de $$$, né seu Money George? Ops, Tony George, kkkk.

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Um abraço,

Welington Lucas/Fernando Ringel

feringel@yahoo.com.br

@FernandoRingel

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