Por Pedro Ivo
Sou suspeito da maioria dos comentários desse GP. Mônaco, pra mim, é e sempre foi um dos GP's mais legais da temporada. Não só pelo glamour e pela pompa que o cercam, como também pelo fato de a diferença entre equipes grandes, médias e pequenas se diluir e de um novato sempre ter mais chances de bons resultados, tal qual Vettel fez ano passado, e Sutil quase conseguiu o mesmo.
Comparando essa corrida com a do ano passado, a de 2008 foi mais animada, é fato. Pois choveu, e em Mônaco chuva significa corrida animada. Mas não dá pra se chamar o GP monegasco desse ano exatamente de desgraça. Só foi mais parado que o do ano passado...
As premiações, tanto nos prêmios simbólicos como nos de 5 estrelas, sofreram algumas mudanças, já que quase toda corrida estava sendo quase que um repeteco da anterior nesses resultados. Talvez porque tenha sido Mônaco, lugar onde sempre acontece algo diferente.
5 ESTRELAS:
Brawn (*****): 5 estrelas merecidas. A Brawn deitou e rolou no principado, com seus dois pilotos fazendo novamente uma dobradinha incontestável e levando cada vez mais a equipe ao título de construtores e Jenson Button ao título de pilotos. Se por um lado é muito bom para Jenson Button, que se tornou o melhor estreante da história da categoria, por outro é ruim para Barrichelo, pois cada vez mais ele vai ficando novamente com o rótulo de "segundão" estampado na testa.
RBR(***): Por um lado, Vettel se classificou muito bem mas abandonou e não rendeu aquilo que se esperava dele. Por outro, Webber, em mais uma corrida discreta, porém eficiente, conseguiu um quinto lugar mais com a cabeça que com o braço, do mesmo jeito que fez na corrida anterior. O time austríaco até agora se mostra como a única ameaça real á superiorade da Brawn, mas já viu nesse final de semana que não tende a ser o único rival da escuderia branca por muito tempo.
Ferrari (*****): Primeiras cinco estrelas da equipe, de fato e de direito. Parece exagero, é verdade. Mas se compararmos o desempenho deles em Mõnaco com o que eles vinham apresentando, parecem duas escuderias diferentes - ou seja, a Ferrari praticamente renasceu. Conseguiram boas posições de largada sem terem que rodar com um cheiro de gasolina no tanque e tanto Raikkonen quanto Massa foram muito bons desde a primeira volta. Raikkonen numa tocada regular lembrando o "Iceman" campeão de 2007 e Massa sendo um verdadeiro guerreiro, evidente durante toda a prova. Enfim, os vermelhos praticamente fizeram a festa em Mônaco - mesmo não conseguindo vitória nem dobradinha - comparando com o que vinham apresentando até aqui.
Williams (***): Para uma equipe que estava seguindo a máxima de "voa nos treinos livres, anda pelo meio da tabela nos classificatórios e se apaga na corrida", a Williams deu uma reviravolta, ainda que discreta, nesse quadro. Rosberg conseguiu pontos importantes e mostrou que o time de Sir Frank precisa dele e deve mantê-lo dentro do time a todo custo , pois se dependerem de Nakajima eles talvez estejam um tanto quanto ferrados.
Renault (***): Fernando Alonso novamente fez muito mais do que seu limitado carro pôde dar, chegando em sétimo lugar. Já Nelsinho Piquet, apesar de não ter nem se classificado bem e nem estar fazendo uma corrida singular, sofreu com a "encoxada" de Sebastien Buemi.
STR(**): O time B da Red Bull teve uma situação inversa às corridas normais deles até agora. Dessa vez quem errou foi Buemi, que errou o ponto de freada, abandonou a prova e ainda levou Nelsinho Piquet junto. Já Bourdais, no mesmo estilo de Mark Webber, foi discreto e eficiente e conseguiu um bom oitavo lugar.
Force India (**): Fisichela até andou bem em Mônaco, mas não pôde fazer muito tendo o (por enquanto) pior carro da temporada. Sutil seguiu pelo mesmo caminho. À essa altura do campeonato começo a me perguntar se os indianos farão mesmo seus primeiros pontos essa temporada.
McLaren(**): Hamilton mostrou garra e gana mesmo largando do fundo. Mas seu carro infelizmente não mostrou uma melhora expressiva como a das Ferraris e ele pouco pôde fazer para chegar aos pontos. Já seu companheiro, que tinha tudo para salvar a equipe e ter a moral levantada, bateu e abandonou. Assim, cada vez mais Kovalainen vai justificando apelidos como "Kovalento" e "Pé na Kova"...
Toyota (*): Nem pareceu a escuderia que mostrou melhoras evidentes e efetivas nas três primeiras corridas do ano. Andou lá atrás o tempo todo (prova disso é que as cãmeras pouco mostravam seus carros). Glock ainda conseguiu terminar em 10º lugar. Mas um 10º para quem já chegou perto de brigar por vitórias é MUITO pouco.
BMW(*): Definitivamente, esse ano não é o ano dos bávaros. Eles precisam se espelhar na Ferrari e mostrar uma reação logo. As chances de título já foram pro saco, assim como as da McLaren e talvez as da Ferrari (mesmo com a melhora). Kubica foi o piloto mais apagado da corrida toda e Heidfeld fez o que pôde, assim como Alonso. Mas o espanhol tem um carro superior (e olha que mesmo assim é muito limitado!) ao do pequeno alemão.
PRÊMIOS "SIMBÓLICOS":
O Ás: Dando quase um "copiar-colar" das últimas corridas, esse foi Jenson Button. Deu mais uma prova da superioridade da Brawn, onde quando precisava apertar o ritmo apertava e quando podia andar mais relaxado, andava. Uma tocada suave e precisa. Algo realmente digno de campeão.
O Arrojado: Kimi Raikkonen, em sua primeira aparição nos prêmios "simbólicos", chegou pegando logo um dos melhores prêmios. Pesou muito a seu favor o fato de ter se classificado bem e de ter pilotado de maneira constante durante a prova, mostrando que ainda tem a velha forma e que a Ferrari não está mais tão atrás de Red Bull e Brawn.
O Guerreiro: Incontestavelmente Felipe Massa. Nenhum guerreiro pode combater de igual para igual com seus rivais quando seu cavalo é fraco e suas armas pouco eficientes, por melhor que ele seja. E dessa vez o "cavalo" que Massa possuía lhe dava todos os méritos para conseguir esses resultados, assim como suas armas também eram muito boas.
O Esforçado: Normalmente Fernando Alonso ocuparia esse cargo. Mas Dessa vez entra aqui Nico Rosberg. E o porque é simples: A Williams ainda não rende o tanto que todo mundo esperava, indo na máxima do desempenho ir caindo gradativamente dos treinos livres até a corrida. E dessa vez Rosberg deu uma segurada e tanto, mantendo o nível e não deixando o time azul brigar pelas posições de trás do grid novamente.
O Apagado: Kubica, que está sentindo na pele o inferno astral da BMW. Cada vez mais deixa a imagem do melhor piloto polonês da história da F1 no passado, pois toda prova dessa temporada - com exceção de Melbourne - ficou sempre atrás e em Mônaco ele pouco apareceu nas imagens das câmeras de TV, visto que não fez praticamente nada a corrida toda.
O Braço-Duro: Em sua primeira aparição numa qualificação negativa, aí vem Sebastien Buemi. Teve um erro incompreensível, que além de lhe custar a corrida, levou Nelsinho Piquet junto.
O Bundão: Heikki Kovalainen se encarregou desse papel com todos os méritos. Tinha todas as chances de ter sua moral elevada dentro da equipe, pois se classificou na frente de Hamilton e vinha num ritmo constante entre a 3ª e 4ª filas. Aí bateu e jogou todas essas chances que tinha fora...
Até o próximo GP, pessoal!
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Um comentário:
Olá amigo, hj fui no QRX 2009, por sinal estava ótimo como sempre. Confira as fotos no www.degennaromotors.blogspot.com
Forte abraço ! Fernando Gennaro
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