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As montagens ficam a cargo de um tal de Fernando Ringel.
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Ricardo Zonta: O outro brasileiro, que ficou com eterna fama de test-driver (ainda que desse um calor em seus companheiros de equipe freqüentemente), Zonta teve um longo relacionamento testando os bólidos japoneses, e com um TF106 estabeleceu o recorde de tempo no circuito de Laguna Seca, num vídeo que é bastante visto no youtube. No caso dele, ele sequer chegou a ter oportunidade de correr de fato pela Toyota, pois nas raras vezes que pôde fazê-lo, sempre era substituindo algum piloto acidentado. Sem contar que os anos afastados fizeram com que ele perdesse também. um pouco o ritmo de corrida necessário na F1.
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Ralf Schumacher: Sabe o ditado “cão que ladra não morde”? Então, se encaixa como uma luva pra Schumaquinho. O piloto já saiu da Williams mal-quisto, por pedir um aumento salarial no começo de 2004 sem mostrar resultados pra isso. Foi pra a Toyota e conseguiu alguns resultados até, mas pouco comparado à pompa que ele sempre colocava. Nas temporadas que ele correu haviam pilotos melhores que, no lugar dele, poderiam ter feito mais coisas com o carro que ele possuía.
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Jarno Trulli: O italiano é um piloto de “fases”, em algumas corridas dá uns lampejos de genialidade, tirando leite de pedra e colocando os carros na primeira fila. E fez isso por vezes com a Toyota. Mas, do mesmo jeito que dá esses lampejos, se apaga na mesma velocidade, se tornando apático na corrida, ficando fora da zona de pontuação, batendo ou quebrando. No geral não é um piloto ruim, mas faltava a ele o “algo mais” que a Toyota precisava pra prosperar.
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Kamui Kobayashi: O japonês (único “filho pátrio” no time de mesma nacionalidade), pasme, foi em duas corridas melhor que muitos dos pilotos que passaram pelo time. “Filho” da Toyota, que administrou toda sua carreira desde as fórmulas menores, mostrou sua gratidão com disputas de extrema garra e sagacidade, que chamaram a atenção do circo e do mundo todo. Tudo isso, repito, em apenas duas corridas. Koba pode surpreender. E o melhor, pode ser que não demore.
No final das contas, vemos que a equipe tinha potencial, mas que não soube administrar os problemas. As duas sedes (Alemanha e Japão) não se afinavam bem, e com isso não tinha como haver uma troca de informações ideal. Os resultados nos nove anos nunca corresponderam aos investimentos que a fábrica fez no time, pois nesse tempo a Toyota conseguiu muito menos que, comparativamente, a BMW Sauber conseguiu em quatro temporadas.
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Os pilotos nem sempre foram os melhores, prova disso é que Trulli e Schumacher – os mais longevos na escuderia – poderiam ser substituídos por outros no circo que certamente renderiam melhor e trariam resultados mais interessantes num prazo mais curto. E outros pilotos que podiam ter mostrado melhor seu potencial foram demitidos antes, como Da Matta, ou viram a escuderia fechar as portas antes de darem mais de si (ou até o melhor de si), como Glock e Kobayashi. Até mesmo a pintura, como foi dito acima, ajudou a escuderia a manter uma falta de identidade, mudando todo ano, mas com mudanças que pouca gente comentava ou prestava atenção. E prova disso é que seu primeiro modelo (TF101), logo o que nunca correu, é considerado o mais bonito não só por mim e pelo Fernando, como por muitas outras pessoas.
Por tudo isso, e por muitas outras razões que só quem esteve dentro do time nesses anos poderia dizer, a maior empreitada nipônica da história da Fórmula 1 não deu certo. Pra alguns, já foi tarde. Pra outros (como eu), uma pena.
No mais, descanse em paz, Toyota...
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