O CIRCUITO
+ A tal Yas Marina Circuit é resultado da seguinte FÓRMULA DA VELOCIDADE:
Mario Kart + $$$ = GP de Las Vegas remixado.
Por isso, nota 2 para qualquer corrida disputada alí. Até mesmo quando é palco para uma decisão de título inesperada como foi a desse ano.
+ Não que a pista seja tão tétrica assim, só que o traçado não foi feito para F1. Só isso. Basicamente ele foi criado para receber a F1... e todo o tipo de corrida que os petrodólares conseguirem atrair. Portanto, o que temos não é uma pista feita para a F1 e sim um traçado genérico capaz de sediar Moto GP, monopostos, carros de turismo e tudo mais que atrair prestígio para os Emirados Árabes.
A Yas Marina Circuit é muito mais uma desculpa para atrair público para todo o complexo “Disneylândico” que envolve suas curvas que uma pista de corrida.
Finalizando esta primeira parte da resenha, o GP de Abu Dhabi é mais ou menos como Jerez De La Frontera e Magny Cours: pistas feitas para todo tipo de corrida, e que seu traçado sinuoso, terreno plano e asfalto estreito, encontraram sua verdadeira vocação com as Motos GPs da vida.
O GRANDE PRÊMIO EM SI
Nota para a corrida: 2
+ Antes de qualquer análise, é preciso dizer que esta foi uma corrida de quatro pilotos com os pedaços do carro do Schumacher aqui, um Kubica lá, mais um Petrov enxerido acolá se intrometendo entre o “Quarteto Fantástico”.
+ Como já faz um tempinho desde a decisão do título, sugiro que você assista ao compacto abaixo para que, relembrando os fatos, o texto seja mais compreensível:
+ Alonso é o Corinthians da F1.
+ Petrov fez o seu e pronto. Mais fora que dentro da Renault para o ano que vem e com o carro andando bem (coisa rara na segunda parte da temporada), o russo fez a sua propaganda. Muito bem feita, diga-se de passagem.
+ Que culpa tem o russo se a Ferrari não consegue criar uma estratégia de box minimamente inteligente? Isso quando eles não estragam a corrida de seus pilotos durante a troca dos pneus...
Que culpa tem o resto do mundo se a Scuderia não consegue solucionar o problema com os pneus? Se os carros da vermelhos não renderam como deveriam na decisão do título, que culpa Petrov tem disso?
Será que, simplesmente por se chamar Fernando Alonso, os outros pilotos tem que sair da pista para que ele possa desfilar???? Definitivamente, o “Príncipe das Astúrias” se comporta como se fosse um herdeiro da família real.
+ O melhor de tudo foi ver o espanhol mostrando o punho cerrado para o Petrov. Embora pareça que ele estava dando uma dura no russo, na verdade só faz esse gesto quem sentiu a pancada. Então naquele momento, caiu a ficha para o piloto da Ferrari.
Por essas e outras, definitivamente, Alonso é o Corinthians da F1. Pq? Ora, assim como o “Timão” tem uma grande torcida, fervorosa, uma história vitoriosa no esporte e tudo mais, na mesma medida da paixão de seus torcedores, traz consigo uma rejeição ferrenha por parte das outras torcidas. Viu? Alonso é o Corinthians da F1. Quem curte, ama. Quem não vai com a cara, quer mais que ele entre pelo cano.
Para quem não concorda que o meu xará seja na F1 o equivalente ao Corinthians no futebol, podemos chegar a um meio termo: no mínimo, se fosse brasileiro, Alonso seria um daqueles torcedores fanáticos da Gaviões da Fiel.
O veloz piloto com que “quase ninguém vai com a cara” sempre tem que encontrar um culpado por suas derrotas.
+ Dito isso, calhou de ter uma Renault na frente dele durante todo o GP, então Petrov é o álibi perfeito para qualquer tipo de acusação quanto ao desempenho inferior da Ferrari em Abu Dhabi.
+ O punho cerrado do espanhol para o russo foi o ato de quem reconheceu a derrota. No popular, naquele momento caiu a ficha: chupa Alonso.
+ Vettel é de fato o mais rápido do ano, mas venceu o título por sorte. Sebastian erra demais para vencer se não tiver todos trabalhando a seu favor. Em uma avaliação simplesmente quanto ao trabalho do piloto, o título seria de Robert Kubica. Talvez entre Kubica e Button.
+ É aí que podemos enxergar a diferença do ótimo para o grande piloto. Os caras realmente clássicos são os que andam bem em qualquer carro. Na atualidade, Hamilton, Alonso, Kubica e Vettel fazem isso. Desses, a quantidade de erros ajuda a refinar a seleção: sobram apenas Kubica e Alonso.
Como o meu xará é um cara pra lá de antipático (lembra até os tempos áureos do Schumacher), volta e meia se envolve em polêmicas extra-pista, maracutais e o escambau, fico mesmo com o polonês da Renault como o melhor da temporada.
Acredito que só ele faria o que Alonso fez na recuperação da Ferrari e... como o espanhol perde no quesito esportividade: KUBICA WINS!
+ Sobre Mark Webber, realmente ele afinou na reta final do campeonato. A corrida em Abu Dhabi foi de dar pena... como se o carro estivesse sabotado, sei lá. Pareceu até a decisão de 2007.
Naquela ocasião, a McLaren tinha o melhor carro, Hamilton era o xodó da equipe e Alonso corria contra tudo e todos em busca do tricampeonato. Hamilton jogou tudo fora ainda na primeira volta, mas seu carro esteve veloz o suficiente (como em toda a temporada) para cravar a melhor volta em sua frustrada tentativa de recuperação.
Enquanto isso, assim como em 2010, Alonso não cometeu erros e se preocupou em terminar o GP. O problema foi o desempenho irreconhecível de sua McLaren. O espanhol ficou em terceiro o GP todo (e olha que o Petrov nem sonhava em ser piloto da Renault na época, hein???kkk). O resultado foi o mesmo de 2010: Alonso não ficou nem com o vice enquanto o cara que menos tinha chances (Raikkonen) levou a vitória e a taça.
Pode ser apenas uma teoria da conspiração, mas faltou algo que “desse asas” para a Red Bull de Mark Webber na Yas Marina Circuit, assim como parece ter faltado para a McLaren de Alonso em sua última corrida pelo time, ou na Williams (cheia de problemas mecânicos) de Carlos Reutmann em Las Vegas, 1981.
+ No mais, assim como Alonso, no lugar do Webber, provavelmente ninguém (talvez o Kobayashi) teria ido muito mais longe em uma pista tão estreita e sem retas. Enquanto Petrov leva a fama, Alonso deveria culpar Hermann Tilke.
+ Sobre Vettel, qualquer um que tivesse marcado a pole, provavelmente teria vencido. Ainda mais com o carro mais equilibrado. Não cometeu as costumeiras bobagens e no fim foi premiado com a melhor surpresa de todos os tempos: depois de cruzar a linha chegada, enquanto comemorava a vitória, foi aí que a equipe lhe informou via rádio que...” YOU ARE THE CHAMPION!”
Karai, esse pessoal da Red Bull sabe fazer uma festa como ninguém, kkk.
+ Webber merecia mais. Alonso também. No fim o título ficou com um campeão alternativo. O mais rápido sim, porém longe de ser o melhor da temporada, ao menos a conquista de Vettel satisfez a todos.
+ Esse não é o raciocínio mais natural para encerrar a resenha sobre o final da temporada 2010, mas como o VEL MAX vira e revira o lado alternativo do automobilismo... assistir a derrota de Mark Webber deixa bem claro o quanto Nelson Piquet é um gênio, ou como diria Galvão Bueno “um dos que cabem na mão”.
Reutmann, Alonso, Webber, Peterson, Villeneuve... ninguém venceu título contra a própria equipe. Quando Scheckter foi campeão em 79, ele era o número 1. Mario Andretti em 78? Número 1 também. Vettel em 2010? Número 1, oras. Sendo assim, termino a resenha do último GP deste ano com a certeza de que (hoje), Vettel é bom, muito bom, o campeão, mas como diria o Galvão “não entra entre os cinco da mão”.
Agora, puxando pela memória, qual foi o único que venceu contra tudo e todos????
Enquanto a maioria luta para ser “normal”, os gênios conseguem tirar proveito até mesmo das dificuldades. Gênio vence mesmo depois de sofrer um baita acidente em uma Tamburello da vida, vence mesmo que a equipe prefira o outro piloto e mesmo que esse outro piloto se chame Nigel Mansell.
Não sei na sua ou na mão do Galvão, mas na minha, Nelson Piquet é um dos grandes. Juro que isso não é nostalgia cheirando a barata morta, mas gênio Webber não é... e nem Sebastian Vettel.
OBS: Talvez Robert Kubica seja. Talvez.
OBS2: a temporada acabou. Que pena. Para o ano que vem, prometo continuar postando pelo menos os papéis de parede e as resenhas... sem data definida para isso. Dessa forma o VEL MAX passa a ser muito mais um anuário que um blog com postagens picadas sobre assuntos cotidianos. Entre as corridas postarei textos, uma Evolução da Espécie aqui, um Separados no Nascimento ali e por aí vai.
Um abraço,
Fernando Ringel
feringel@yahoo.com.br
@FernandoRingel (“Sigam-me os bons”, kkk)
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